sábado, 30 de maio de 2015

Sábia Missão ou SubMISSÃO?

UM DROPS DE INVERTIDA
 e UMA POESIA INVERTIDA

Mas e quando a SubMISSÃO se transveste de Sábia Missão? O que dizer? O que fazer ? Quando não tem se tem a resposta...se faz poesia! :)

SÁBIA MISSÃO
Claudia Coelho
(Porto Alegre, maio 2015 )

Como não te deixar partir?
Sem freios, sem amarras?
Se é da tua emoção
que verte o teu pão?

Me calo vazia de mim
de tanto que não sei...
A mim restou ser mãe
da tua vida...
Mas aquela que te espreita.

Sem forças te olho
Como a um filho
sem rumo e sem chão...
A mulher em mim se foi...

Escuto de ti devaneios
Lutas internas e desvarios
que nada lhe dizem
Pois te perdeste de ti

Onde foi que se perdeu
o meu amor por ti?
Talvez o tenhas perdido
antes de mim.

Te sinto preso à liberdade
querendo me provar que
és amado.  Sinto pena...
és um eterno  abandonado.

Nada tenho com isso
Não sou teu espelho.
Nao te reflitas em mim...
Já me perdi nesse teu olhar...

Esqueci o amor...
Nao me encontro mais
Deixo-me ir,  a cada
vez que você parte...

Quantas vezes voltas
Sem que me encontres
Continuas sem me ver
Eu continuo a te olhar

Há muito tempo que não amo...
Me entorpeci de silêncio
Na ausência de aplausos
Agora meu cansa os teus sons

Mas ouço essa música
É nela que me apoio
Não mudo sequer uma nota
Acostumei comigo assim.

Te perco por todos os dias
Te reencontro em todas as esquinas...
E juntos ganhamos o dia.
Mas perdemos a vida....sem sentir.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

O mundo acabou

Que maravilha
Não mais pensar que
Ele acabaria
Agora sim
Voltarei a viver
Quem sabe até...
Sonhar outra vez
O mundo acabou
E com ele se foi...
o prenúncio do fim
E da notícia triste
Quantas horas perdi
Da minha vida pensando
Que morreria...
Que sorte a minha
Nunca mais verei
A previsao da catastrofe
Nunca mais serei mais
um fantoche de todos os dias

O mundo acabou
Que lindo fim
Finalmente um final feliz
Pra você e para mim.

Estreando como brincantante


https://youtu.be/SZ96Tx_t-jM

terça-feira, 21 de abril de 2015

Fiu Fiu... Pode?



Um dia perguntei a uma adolescente o que ela achava dos rapazes da sua escola.

Para minha surpresa ela mal olhava para eles. Sugeri que, naquela semana ela  prestasse mais
atenção. Em pouco tempo a adolescente havia estreitado sua relação com os rapazes da escola.

Essa experiência me convenceu de uma coisa, nossa existência se dá onde debruçamos nosso olhar.


Assistindo a uma entrevista da escritora e feminista Clara Averbuck, me senti  extremamente tensionada ao ver o comportamento da entrevistada.  Os olhos e a voz  dela pareciam uma bazuca prestes a atirar no primeiro homem que passasse a sua frente. Eu, particularmente, entendo as razões do comportamento belicoso de qualquer ativista. Mas, naquela ocasião, a postura da entrevistada me pareceu desproporcional.

Concordei com a maioria das suas colocações,  eu também enxergo esse mundo machista em cada esquinaonde passo. Percebo a guerra velada entre os sexos nas organizações e tantas minúcias do cotidiano que passam despercebidas pela maioria das mulheres.  Mas não concordei com um ponto da entrevista, apesar de compreender o fundamento, foi a tal história do "fiu fiu".

A entrevistada explicou que os homens  não têm o direito a expressarem o  " fiu fiu"  às  mulheres que porventura achem interessante na rua. Segundo ela, seria como se eles estivessem emitindo uma opinião sem terem sido perguntados. Seria assim: - Fiu fiu! E ela responde: - Qual é, mané? Não te perguntei se eu sou gostosa!?

Sejamos francas e humanas, eu, aos meus 44 anos de idade, entre tantas mudanças de vida impostas, sobretudo por questões hormonais, sei que toda mulher quando muda de corpo se obriga a mudar um pouco de alma. E a mulher oscila demais, um dia ela está bem, no outro se sente um nada na frente do espelho. Num dia nos sentimos aos 44 do primeiro tempo, e isso é ótimo. Mas, em outros momentos, somos invisíveis para nós mesmas, que nem um gol no final do jogo nos salva![D2] 

Ano passado, viajando sozinha a Lisboa, eu caminhava pelo centro da cidade e me vi surpresa com a minha surpresa ao receber um cortejo publicamente. Achei muito diferente e confesso que apreciei! Em geral,  as mulheres reclamam de um 8 ou um 80 neste quesito. Ou seja, ou o homem exagera ou ele simplesmente ignora demais.

Hoje pela manhã saí para correr numa avenida bem movimentada. Geralmente passam muitos carros, e notei algumas manifestações que em nada me ofenderam. Então lembrei a entrevista da feminista e fiquei pensando se era para eu me ofender ou não, ora bolas, eu não me ofendi. Automaticamente me senti culpada por não ser a mulher analítica e intelectual de sempre. Naquele momento, eu era apenas uma mulher que estava envaidecida e  pensando no tal "fiu fiu".

Na volta da corrida, e querendo ainda me eximir daquele sentimento de vaidade, resolvi observar quem fazia o tal "fiu fiu".  Não foi surpresa ver que eram os homens, aparentemente menos intelectualizados,  os mais "saidinhos". Isso me lembrou aquela piada infame,  que se você está deprimida deve passar em frente a uma obra para receber um "fiu fiu".  Francamente! Esse tipo de coisa é também preconceituoso! Com a mulher? Não!  Com a categoria da construção civil!

Mas aí eu fiquei pensando se este  homem não seria mais natural? Olhou, sentiu, expressou.  Do ponto de vista feminista,  não chamaríamos de espontaneidade. Seria o tal bicho-homem, sem educação, mal-educado, troglodita, machista, autoritário, invasivo etc.
Mas será que não estaríamos categorizando demais?

A feminista afirmou em seu blog, após uma entrevista ano passado,  que não vivemos mais numa poesia de 1963 nas calçadas  de Copacabana. Ela se referia à famosa música " Garota de Ipanema". Porém, fiquei pensando se naquela época o machismo não imperava muito mais, creio que sim!
E vejam vocês! Mesmo assim " eles" fizeram poesia!!! ???

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Rosas Toscas


Esta parece uma daquelas histórias de comédia romântica, onde as amigas da noiva se reúnem para ir a um casamento fora da cidade e muitas situações inusitadas ocorrem.
A noiva promoveu um encontro e apostou nesse grupo de mulheres. Todas ficariam na mesma casa, dividiriam o mesmo carro, enfim, tinha tudo para dar errado! 
Ninguém se conhecia o suficiente para dividir casa, comida e transporte.
Quatro totais desconhecidas se aventurando na Praia do Rosa para ver a amiga querida se casar.
Tudo certo, vamos à viagem...
A primeira prova de que iria funcionar esse quarteto, foi o ar condicionado que não ter funcionado,  justo no engarrafamento da BR 101. Foram mais de duas horas num calorão dos infernos, e o papo rolando frouxo.
O assunto da viagem, alguém imagina? Sim, homens! E tudo girando em torno de como reagir como uma perfeita donzela, a fim de não afugentá-los.  A motorista do grupo sacou um livro daqueles que eu tremo nas bases quando vejo.  Livro do tipo: deixe que ele faça, deixe que ele comande, deixe que ele escolha... e assim você o conquistará!
Eu tenho verdadeiro asco daquele último lance de desespero no final de um segundo tempo sem gol! 
Mulher que tem que se fazer de sonsa... Pra pegar marido???  Vergonhoso!
Uma das amigas, diga-se de passagem, linda, inteligente, relatou que os homens tem receio dela. 
Sabe aquela velha história que a gente já sabe, que o certo é fingir para fisgar?
Em resumo: negue sua inteligência, negue sua independência.  
Aliás faça como a música, "pise machucando com jeitinho" em tudo que você aprendeu a ser para sobreviver! 
Um dia um cara chamou a nossa amiga de "tosca".
Caímos na gargalhada porque realmente, o termo era muito divertido. Mas denunciava um defeito...
Ela não sabia ser mulherzinha.  Enfim, ela era independente demais! 
Passamos o final de semana inteiro aconselhando a pobre tosquinha. 
Contudo, nos demos conta de que cada uma de nós sofria de um certo grau de tosquice.
O maldito livro recomendava ainda recomendava: dê algo para ele fazer, faça com que ele se sinta útil, protetor, eficiente, macho, viril, poderoso. 
Puxa vida! Ninguem merece tanto controle de variáveis. Sem falar que parece que este homem é um inseguro que precisa sempre ser validado, incentivado!
Ao mesmo tempo, qual a medida adequada de tosquice? Estaríamos certas ou erradas?
Como não seriamos toscas? Como fingir que não termos opinião, e que não sabemos o que queremos? 
Enfim, como não abrir a porta do carro para o homem entrar?!
De volta à Porto Alegre, pegamos uma estrada alternativa, e seria quase uma aventura.
Mas estávamos ali firmes e fortes, agora amigas! 
E prometemos para nós mesmas que seríamos mais Rosas e menos Toscas!
Eis que no meio do caminho, percebemos que estávamos perdidas. 
Perguntamos para um senhor, qual seria o caminho e ele respondeu: - Olha vocês vão ter que voltar e passar pela ponte que pegou fogo... (?) Como assim? Perguntamos.
Ele explicou: - Não se preocupem porque,  se eu varo com minha camioneta, vocês varam também! (?)
Varar? Deixa quieto trancamos o riso...
Demos a volta e seguimos a orientação, só pensando... “ ponte que pegou fogo? ” e que raio de verbo é esse? Varar?? Bom, mas se o velhinho disse que ele passava. Então a gente vai passar!
Morremos de rir da situação, até chegarmos na ponte...
Como eu havia imaginado, a ponte estava preta feito carvão, mas uma parte, ainda que ruim, era transitável.
A nossa motorista, parou o carro atônita. Eu imediatamente calcei o tênis e desci para  averiguar a situação. Mal abri  a porta, me deparei com a tosquinha dorminhoca que num impeto já pulava na ponte testando sabe-se  lá o que com o peso leve dela! 
Eu me postei na parte trafegável e já ensaiava a coreografia do flanelinha, “mais pra esquerda, alinha, por aqui...”  E a tosquinha mais meiga e zen, nos surpreendeu. 
Saiu no verbo encorajando a nossa motorista, “ se tu não passar, eu passo!”
A nossa motorista era aquela que o cara chamou de "tosca"! 
Era óbvio que ela passaria aquela ponte! Ufah! 
Entramos no carro às gargalhadas!
Perceberam onde ficou a teoria? Queimamos na ponte!