UM DROPS DE INVERTIDA
e UMA POESIA INVERTIDA
Mas e quando a SubMISSÃO se transveste de Sábia Missão? O que dizer? O que fazer ? Quando não tem se tem a resposta...se faz poesia! :)
SÁBIA MISSÃO
Claudia Coelho
(Porto Alegre, maio 2015 )
Como não te deixar partir?
Sem freios, sem amarras?
Se é da tua emoção
que verte o teu pão?
Me calo vazia de mim
de tanto que não sei...
A mim restou ser mãe
da tua vida...
Mas aquela que te espreita.
Sem forças te olho
Como a um filho
sem rumo e sem chão...
A mulher em mim se foi...
Escuto de ti devaneios
Lutas internas e desvarios
que nada lhe dizem
Pois te perdeste de ti
Onde foi que se perdeu
o meu amor por ti?
Talvez o tenhas perdido
antes de mim.
Te sinto preso à liberdade
querendo me provar que
és amado. Sinto pena...
és um eterno abandonado.
Nada tenho com isso
Não sou teu espelho.
Nao te reflitas em mim...
Já me perdi nesse teu olhar...
Esqueci o amor...
Nao me encontro mais
Deixo-me ir, a cada
vez que você parte...
Quantas vezes voltas
Sem que me encontres
Continuas sem me ver
Eu continuo a te olhar
Há muito tempo que não amo...
Me entorpeci de silêncio
Na ausência de aplausos
Agora meu cansa os teus sons
Mas ouço essa música
É nela que me apoio
Não mudo sequer uma nota
Acostumei comigo assim.
Te perco por todos os dias
Te reencontro em todas as esquinas...
E juntos ganhamos o dia.
Mas perdemos a vida....sem sentir.
sábado, 30 de maio de 2015
segunda-feira, 25 de maio de 2015
O mundo acabou
Que maravilha
Não mais pensar que
Ele acabaria
Não mais pensar que
Ele acabaria
Agora sim
Voltarei a viver
Quem sabe até...
Sonhar outra vez
Voltarei a viver
Quem sabe até...
Sonhar outra vez
O mundo acabou
E com ele se foi...
o prenúncio do fim
E da notícia triste
E com ele se foi...
o prenúncio do fim
E da notícia triste
Quantas horas perdi
Da minha vida pensando
Que morreria...
Que sorte a minha
Da minha vida pensando
Que morreria...
Que sorte a minha
Nunca mais verei
A previsao da catastrofe
Nunca mais serei mais
um fantoche de todos os dias
A previsao da catastrofe
Nunca mais serei mais
um fantoche de todos os dias
O mundo acabou
Que lindo fim
Finalmente um final feliz
Pra você e para mim.
Que lindo fim
Finalmente um final feliz
Pra você e para mim.
terça-feira, 21 de abril de 2015
Fiu Fiu... Pode?
Um dia perguntei a uma adolescente o que ela achava dos rapazes da sua
escola.
Para minha surpresa ela mal olhava para eles. Sugeri que, naquela semana
ela prestasse mais
atenção. Em pouco tempo a adolescente havia estreitado sua relação com
os rapazes da escola.
Essa experiência me convenceu de uma coisa, nossa existência se dá onde
debruçamos nosso olhar.
Assistindo a uma entrevista da escritora e feminista Clara Averbuck, me
senti extremamente tensionada ao ver o comportamento da entrevistada.
Os olhos e a voz dela pareciam uma bazuca prestes a atirar no
primeiro homem que passasse a sua frente. Eu, particularmente, entendo as
razões do comportamento belicoso de qualquer ativista. Mas, naquela ocasião, a
postura da entrevistada me pareceu desproporcional.
Concordei
com a maioria das suas colocações, eu também enxergo esse mundo machista em
cada esquinaonde passo. Percebo a guerra velada entre os sexos
nas organizações e tantas minúcias do cotidiano que passam despercebidas pela
maioria das mulheres. Mas não concordei com um ponto da entrevista,
apesar de compreender o fundamento, foi a tal história do "fiu fiu".
A
entrevistada explicou que os homens não têm o direito a expressarem o
" fiu fiu" às mulheres que porventura achem
interessante na rua. Segundo ela, seria como se eles estivessem emitindo uma
opinião sem terem sido perguntados. Seria assim: - Fiu fiu! E ela responde: -
Qual é, mané? Não te perguntei se eu sou gostosa!?
Sejamos
francas e humanas, eu, aos meus 44 anos de idade, entre tantas mudanças de vida
impostas, sobretudo por questões hormonais, sei que toda mulher quando muda de
corpo se obriga a mudar um pouco de alma. E a mulher oscila demais, um dia ela
está bem, no outro se sente um nada na frente do espelho. Num dia nos sentimos aos
44 do primeiro tempo, e isso é ótimo. Mas, em outros momentos, somos invisíveis
para nós mesmas, que nem um gol no final do jogo nos salva![D2]
Ano
passado, viajando sozinha a Lisboa, eu caminhava pelo centro da cidade e me vi
surpresa com a minha surpresa ao receber um cortejo publicamente. Achei muito
diferente e confesso que apreciei! Em geral, as mulheres reclamam de um 8
ou um 80 neste quesito. Ou seja, ou o homem exagera ou ele simplesmente ignora
demais.
Hoje
pela manhã saí para correr numa avenida bem movimentada. Geralmente passam
muitos carros, e notei algumas manifestações que em nada me ofenderam. Então
lembrei a entrevista da feminista e fiquei pensando se era para eu me ofender
ou não, ora bolas, eu não me ofendi. Automaticamente me senti culpada por não
ser a mulher analítica e intelectual de sempre. Naquele momento, eu era apenas
uma mulher que estava envaidecida e pensando no tal "fiu fiu".
Na
volta da corrida, e querendo ainda me eximir daquele sentimento de vaidade,
resolvi observar quem fazia o tal "fiu fiu". Não foi surpresa
ver que eram os homens, aparentemente menos intelectualizados, os mais
"saidinhos". Isso me lembrou aquela piada infame, que se você
está deprimida deve passar em frente a uma obra para receber um "fiu
fiu". Francamente! Esse tipo de coisa é também preconceituoso! Com a
mulher? Não! Com a categoria da construção civil!
Mas
aí eu fiquei pensando se este homem não seria mais natural? Olhou,
sentiu, expressou. Do ponto de vista feminista, não chamaríamos de
espontaneidade. Seria o tal bicho-homem, sem educação, mal-educado, troglodita,
machista, autoritário, invasivo etc.
Mas
será que não estaríamos categorizando demais?
A
feminista afirmou em seu blog, após uma entrevista ano passado, que não
vivemos mais numa poesia de 1963 nas calçadas de Copacabana. Ela se
referia à famosa música " Garota de Ipanema". Porém, fiquei pensando
se naquela época o machismo não imperava muito mais, creio que sim!
E
vejam vocês! Mesmo assim " eles" fizeram poesia!!! ???
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
Rosas Toscas
Esta parece uma daquelas histórias de comédia romântica,
onde as amigas da noiva se reúnem para ir a um casamento fora da cidade e
muitas situações inusitadas ocorrem.
A noiva promoveu um encontro e apostou nesse grupo de
mulheres. Todas ficariam na mesma casa, dividiriam o mesmo carro, enfim, tinha
tudo para dar errado!
Ninguém se conhecia o suficiente para dividir casa, comida e transporte.
Ninguém se conhecia o suficiente para dividir casa, comida e transporte.
Quatro totais desconhecidas se aventurando na Praia do Rosa
para ver a amiga querida se casar.
Tudo certo, vamos à viagem...
A primeira prova de que iria funcionar esse quarteto, foi o ar
condicionado que não ter funcionado, justo no engarrafamento da BR 101. Foram mais de
duas horas num calorão dos infernos, e o papo rolando frouxo.
O assunto da viagem, alguém imagina? Sim, homens! E
tudo girando em torno de como reagir como uma perfeita donzela, a fim de não afugentá-los. A motorista do grupo sacou um livro daqueles
que eu tremo nas bases quando vejo. Livro do tipo: deixe que ele
faça, deixe que ele comande, deixe que ele escolha... e assim você
o conquistará!
Eu tenho verdadeiro asco daquele último lance de desespero no final de um segundo tempo sem gol!
Mulher que tem
que se fazer de sonsa... Pra pegar marido??? Vergonhoso!
Uma das amigas, diga-se de passagem, linda, inteligente,
relatou que os homens tem receio dela.
Sabe aquela velha história que a gente já
sabe, que o certo é fingir para fisgar?
Em resumo: negue sua inteligência, negue sua independência.
Aliás faça como a música, "pise machucando com jeitinho" em tudo que você aprendeu a ser para sobreviver!
Um dia um cara chamou a nossa amiga de "tosca".
Caímos na gargalhada porque realmente, o termo era
muito divertido. Mas denunciava um defeito...
Ela não sabia ser mulherzinha. Enfim, ela era independente demais!
Passamos o final de semana inteiro aconselhando a pobre tosquinha.
Contudo, nos
demos conta de que cada uma de nós sofria de um certo grau
de tosquice.
O maldito livro recomendava ainda recomendava: dê algo
para ele fazer, faça com que ele se sinta útil, protetor, eficiente, macho, viril,
poderoso.
Puxa vida! Ninguem merece tanto controle de variáveis. Sem falar que
parece que este homem é um inseguro que precisa sempre ser validado,
incentivado!
Ao mesmo tempo, qual a medida adequada de tosquice? Estaríamos certas ou erradas?
Como não seriamos toscas? Como fingir que não termos opinião, e que não sabemos o que queremos?
Enfim, como não abrir a porta do carro para o homem entrar?!
De volta à Porto Alegre, pegamos uma estrada alternativa, e seria quase uma
aventura.
Mas estávamos ali firmes e fortes, agora amigas!
E prometemos para nós mesmas que seríamos mais Rosas e menos
Toscas!
Eis que no meio do caminho, percebemos que estávamos perdidas.
Perguntamos para um senhor, qual seria o caminho e ele respondeu: - Olha vocês vão ter que voltar e passar pela ponte que pegou fogo... (?) Como assim? Perguntamos.
Ele explicou: - Não se preocupem porque, se eu varo com minha camioneta, vocês varam também! (?)
Ele explicou: - Não se preocupem porque, se eu varo com minha camioneta, vocês varam também! (?)
Varar? Deixa quieto trancamos o riso...
Demos a volta e seguimos a orientação, só pensando... “
ponte que pegou fogo? ” e que raio de verbo é esse? Varar?? Bom, mas se o
velhinho disse que ele passava. Então a gente vai passar!
Morremos de rir da situação, até chegarmos na ponte...
Como eu havia imaginado, a ponte estava
preta feito carvão, mas uma parte, ainda que ruim, era transitável.
A nossa motorista, parou o carro atônita. Eu imediatamente calcei o tênis e desci para averiguar a situação. Mal abri a porta, me deparei com a tosquinha dorminhoca que num impeto já pulava na ponte
testando sabe-se lá o que com o peso leve dela!
Eu me postei na parte trafegável e já ensaiava a coreografia
do flanelinha, “mais pra esquerda, alinha, por aqui...” E a tosquinha mais meiga e zen, nos surpreendeu.
Saiu no verbo encorajando a nossa motorista, “ se tu não passar, eu passo!”
Saiu no verbo encorajando a nossa motorista, “ se tu não passar, eu passo!”
A nossa motorista era aquela que o cara chamou de "tosca"!
Era óbvio que ela passaria aquela ponte! Ufah!
Entramos no carro às gargalhadas!
Era óbvio que ela passaria aquela ponte! Ufah!
Entramos no carro às gargalhadas!
Perceberam onde ficou a teoria? Queimamos na ponte!
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